"A Agricultura Familiar precisa da participação do jovem”

Taís Nichelle

A agricultura familiar é responsável pela produção de 75% dos alimentos consumidos pelos guarapuavanos. Todos, independente da cor, credo ou classe social, precisam dos agricultores familiares para sobreviver. Então, o que será da sociedade se esse modelo de produção acabar?

Um fantasma que pode se tornar real, caso os jovens não se envolvam mais com a produção agrícola. “A julgar pela presença dos jovens produtores na Conferência para debater novas diretrizes para a Assistência Técnica e Expansão Rural, que foi apenas de 1%, pode-se dizer que o jovem está pouco interessado nesse mercado”, declara o secretário de Agricultura Itacir Vezzaro. 

Ainda de acordo com Vezzaro, a principal causa é o fator cultural: os pais agricultores não têm perspectiva de empreendedorismo, de transformar o seu sustento em um grande negócio. “A falta de perspectiva faz com que os pais desejem para os filhos outros caminhos, como fazer uma faculdade e morar na cidade”, conta. 

Se esse costume continuar, o futuro da agricultura familiar estará ameaçado. Ainda na questão de visualizar na agricultura familiar um grande negócio, o secretário afirma que os jovens são poucos motivados pelos pais. “Na maioria dos casos, os pais atribuem aos filhos a função apenas de mão de obra, sem oferecer um salário ou uma participação nos lucros. Se o jovem colher diretamente os frutos do seu trabalho, entenderá a potência que ele pode ser se investir nesse ramo”, explica.

Pensando em incentivar os jovens a investir na agricultura familiar, a Secretaria de Agricultura oferece assistência técnica, para que haja desenvolvimento e crescimento das comunidades agrícolas. “No campo, o jovem tem a oportunidade de crescer cada vez mais. A sua renda dependerá do quanto ele está disposto a trabalhar. A Secretaria está aberta para receber esses jovens, e auxiliar no que eles precisarem, basta ter iniciativa”, complementa o secretário.